A urna eletrônica é segura? Não.

O TSE gasta muito dinheiro todos os anos em propagandas para tranquilizar o eleitorado, afirmando que a Urna Eletrônica é segura. Infelizmente isso não é uma verdade, e hoje nosso futuro está atrelado às vulnerabilidades deste gadget.

Fato 1 – Estudo do Professor Diego Aranha da Unicamp

Professor e pesquisador da Unicamp, respeitado por seus estudos nas áreas de segurança computacional e criptografia, Diego Aranha, fez um estudo de vulnerabilidade da urna e provou que é possível saber a ordem de votação e consequentemente saber em quem você votou. Se você quiser tiver paciência pode assistir ao vídeo em que ele detalha seu experimento.

Qual o problema de saber em quem cada um votou? Bom, se você se fez essa pergunta, é porque provavelmente perdeu alguma aula de história no colégio. Dê uma lida sobre voto de cabresto e entenderá o que eu quero dizer.

Fato 2 – Quais outros países usam Urna Eletrônica?

Primeiro vamos acabar com essa balela de que outros países visitam o Brasil para aprender como se faz eleições e de que eles invejam nossa tecnologia. Isso é mais um argumento ralo utilizado para defender a urna. Outros países monitoram nossas eleições pois é de praxe no mundo diplomático e isso sempre aconteceu, independente se o voto é em papel ou eletrônico. O Brasil também monitora eleições quando elas acontecem em outros países. E o motivo para que isso aconteça é simples: se temos uma relação comercial com outro país, precisamos saber quem vai assumir o poder para garantirmos que essas transações comerciais não sejam afetadas.

Respondendo à pergunta: não, outros países não usam a urna eletrônica. Pelo menos não o modelo que utilizamos.

Holanda usou por 17 anos um modelo semelhante ao nosso. Em 2008, eles proibiram o uso de urnas eletrônicas que não geram comprovantes impressos. Esses comprovantes impressos poderiam ser utilizados para recontagem e seriam prova de transparência. Não é o caso brasileiro, uma vez que nossa urna não gera nenhum comprovante impresso.

A Venezuela usa desde 2004 urnas eletrônicas, que geram comprovante impresso do voto. Na Rússia, desde 2008, o voto é feito em uma cédula de papel que é inserida na urna, e essa por sua vez contabiliza o voto e retém o papel como prova em caso de segunda contagem. Já o Paraguai usou as urnas brasileiras em 2003 e 2006, porém em 2008, seu uso foi proibido pois a urna foi considerada insegura. Nos Estados Unidos, desde 2007, existe uma lei que proíbe eleições com urnas eletrônicas que não geram comprovante impresso. A Bélgica utiliza urnas eletrônicas com comprovante impresso desde 2012.

É possível notar então que temos um sistema inseguro e sem transparência, que em nenhum outro lugar do mundo é utilizado. Porque somos diferentes em uma questão tão sensível?

Fato 3 – Impressão Digital não é sinônimo de segurança

Outra mentira fortemente divulgada nos comerciais é que a urna é segura pois lê a impressão digital do eleitor. Pois bem, isso só garante que outra pessoa não vote no seu lugar e nada mais. Esse ponto não muda o fato de que você não tem garantia nem alternativas para saber se seu voto foi realmente computado para o candidato que você escolheu. Também não muda o outro fato de que é possível saber quem votou em qual candidato.

Outro ponto interessante sobre este tópico é que o Canadá e Estados Unidos, desde 2008, existe uma lei que proíbe a identificação biométrica do eleitor na urna de votação. Novamente pergunto, porque somos diferentes?

O que podemos fazer?

Existe um projeto, também do Prof. Diego Aranha, chamado Você Fiscal. Consiste em um aplicativo para capturar o boletim de urna imediatamente após o final da votação em cada seção eleitoral. Com ele, você pode contribuir para que uma apuração independente seja realizada e assim tenhamos certeza que a vontade da maioria está sendo respeitada. Para mais informações sobre o projeto e para o baixar o aplicativo clique aqui.